sábado, 29 de dezembro de 2012

DESTAQUE DOS SEMINÁRIOS (última aula)




 SÉRGIO NASCIMENTO DA SILVA

A formação docente exige um olhar além dos muros institucionais, é preciso visar além das aparências. A formação autobiográfica se torna algo indispensável na busca de ampliação dos conhecimentos necessários para a atuação docente.
O professor enquanto formador necessita estar aberto à reflexão a cerca das experiências de vida, tornando assim possível uma compreensão de sua prática.
As histórias de vida  é uma alternativa de mediação entre as histórias individuais, sociais, pessoais e profissionais sendo importante o seu uso no processo de autoformação e nas diferentes áreas do conhecimento.
Assim entendo que a autoformação é um processo o qual nos leva a momentos de reflexões importantes acerca de uma singularidade necessária. Porém considero que mesmo existindo essa singularidade que é individual, nós principalmente educadores não podemos perder de vista a influência do outro na nossa formação e, portanto levar em conta o contexto social em que vivemos para assim com nossas singularidades estarmos sempre fazendo parte de um coletivo social.

COMENTÁRIO SOBRE O TEXTO DE Marie Cristine Josso


AS NARRAÇÕES CENTRADAS SOBRE A FORMAÇÃO
DURANTE A VIDA COMO DESVELAMENTO
DAS FORMAS E SENTIDOS MÚLTIPLOS
DE UMA EXISTENCIALIDADE SINGULAR-PLURAL

A autora propõe uma discussão sobre a importância do outro no processo de formação de cada pessoa. Destacando a subjetividade existente no decorrer da formação.
Para a autora o sujeito constrói seu processo de formação, através das experiências individuais, sem perder de vista a contribuição do outro, que também é responsável pelo processo de formação. Além disso, as histórias de vida de cada pessoa junto com o processo sociocultural torna visível a pluralidade nesse processo.
Ao longo da vida nossa identidade vai sendo transformada de modo que através das reflexões possamos compreender as expressões da nossa existência, tornando possíveis novas retomadas das práticas docentes ou não.
Para Josso, 2008 “Trabalhar as questões identitárias, através da análise e da interpretação de narrativas de vidas escritas, permite-nos evidenciar a pluralidade, a fragilidade e a mudança de nossas identidades ao longo da vida”.
A autora destaca o trabalho realizado através das narrativas de experiências, como sendo uma oportunidade de compreensão dos processos de formação, de conhecimento e de aprendizagem, e informam, a seu modo, a questão da identidade. Segundo ela:

A história de vida narrada é, assim, uma mediação do conhecimento de si na sua existencialidade que oferece, para a reflexão do seu autor, oportunidades de tomada de consciência dos vários registros de expressão e de representação de si, assim como sobre as dinâmicas que orientam a sua formação.( JOSSO, 2008, p-19)



Entendemos então que essa é uma ideia de compreensão da sua formação a partir de si mesma e das experiências dos outros. Sendo orientado pelos registros de sua própria vida e relatos das outras pessoas.
Portanto, compreendemos que em sua formação o sujeito pode se apoiar na auto-orientação, e através da mesma buscando assim por meio da singularidade descobrir a pluralidade. O ser humano pode compreender-se a partir da invenção de si no singular plural, buscando então uma liberdade de construção formativa.


SÉRGIO NASCIMENTO


JOSSO, Marie Cristine. As narrações centradas sobre a formação durante a vida como desvelamento das formas e sentidos múltiplos de uma existencialidade  singular-plural. Revista da FAEEBA Educação e contemporaneidade / Salvador. UNEB, 1992


sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

COMENTÁRIO SOBRE O TEXTO DE Inês Ferreira de Souza Bragança


 PESQUISA-FORMAÇÃO, ABORDAGEM (AUTO) BIOGRÁFICA E ACOMPANHAMENTO: (RE) CONSTRUINDO PONTES ENTRE A UNIVERSIDADE E A ESCOLA



A autora busca trazer para discussão a formação de professores, refletindo sobre suas práticas. Essa experiência é realizada com a participação de profissionais dos cursos de licenciatura em Pedagogia pela Faculdade de Formação. Nos encontros são relatadas as experiências profissionais vividas pelos egressos, tentando compreender através das narrativas dos professores a formação docente que sai dos limites do instituído e contempla os limites das práticas instituintes em um processo de reinvenção de si e do mundo.
As experiências foram vividas em 2010, tendo como objetivo observar o elo existente entre a universidade e a escola. Na nossa formação docente a escola deve manter um elo com a universidade. Através da universalização dos conhecimentos os elos podem ser mantidos, desde que o professor busque essa formação de forma continuada, pois a mesma deve se estender a durante a sua atuação, ultrapassando os limites da instituição acadêmica.
Segundo Bragança, é no movimento intersubjetivo, no encontro e na partilha do processo de investigação, que o conhecimento é produzido e assim, a pesquisa-formação assenta-se sob uma experiência existencial que produz conscientização (1991, p. 114-125).
Acredito que através das trocas de experiências o sujeito se torna capaz de construir conhecimentos de forma viva, refletindo sobre diversas práticas e assim busca a transformação da sua e de si próprio. E por meio da formação continuada o professor pode ser aperfeiçoar cada vez mais e se preparar para enfrentar os desafios existentes na profissão.
A autora relata no texto algumas metodologias de trabalho realizadas nos encontros onde permite as abordagens autobiográficas através de diferentes dinâmicas no percurso.   
Portanto o trabalho relatado por Bragança no texto analisado é considerado de grande relevância nas relações de formação autobiográfica. O reencontro com outra e com experiência própria permite ao sujeito uma reconstrução de si próprio, além de oportunizar uma transformação na forma de pensar sua prática.


Sérgio Nascimento




BRAGANÇA, Inês Ferreira de Souza. PESQUISA-FORMAÇÃO, ABORDAGEM (AUTO) BIOGRÁFICA E ACOMPANHAMENTO: (RE) CONSTRUINDO PONTES ENTRE A UNIVERSIDADE E A ESCOLA. X Congraço Nacional de Educação- EDUCERE, Pontifícia, Universidade Católica da Paraná, 2011.



quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Comentários sobre o texto de Gaston Pineau “A autoformação no decurso da vida”.


A aula do dia 17 de outubro de 2012,  teve como temática a autoformação, tendo como referência os autores Gaston Pineu e Inês F. de S. Bragança.
As discussões no texto de Gaston Pineau iniciam-se a respeito da formação humana, onde ele apresenta três configurações para a mesma: a autoformação, heteroformação e ecoformação. A ecoformação  envolve a nossa ação com o mundo, o trabalho, a cultura, o meio que estamos envolvido. A heteroformação se refere às nossas experiências as quais sofrem ações de outros, e a autoformação diz respeito às relações pessoais, as reflexões sobre as experiências vividas no decorrer da vida e que podem ser ressignificados no presente para possibilitando uma reconstrução em nossa prática.
O autor discute as ideias de Dumazedier, colocando que a autoformação se constitui em libertação dos determinantes cegos vivenciados no decorrer da vida. Entendemos então que é como se não conseguíssemos enxergar os aspectos determinantes da nossa formação, e a partir de uma base teórica sobre a mesma, podemos compreender de fato as contribuições que as experiências de vida dão à nossa formação.
Para Pineau, a autoformação é para muitas pessoas - em especial para os indivíduos socialmente dominados - uma luta árdua pela sobrevivência em todos os instantes e lugares. E ainda que essa não possa ser ligada unilateralmente a tempos livres que não são automaticamente tempos educativos.
O autor discute também a evolução da formação como função morfogenética e coloca que e diz que sua entrada na reflexão educativa é tardia e fez-se pela porta de serviço da formação profissional. Ele considera que a formação profissional e uma forma inferior da educação, talvez por considerar que a autoformação ser essencial não só pela profissionalização, mas em toda a formação sócio histórica.
A autoformação é vista como um poder de formação do sujeito, em que o mesmo pode se construir a partir de si mesmo.
Portanto os determinantes da autoformação, muitas vezes são obscuros e confundem o ser. Porém uma reflexão sobre os mesmos propiciam uma visão melhor de libertação, principalmente de sujeitos dominados socialmente. Assim o ser humano pode se autonominar, permitindo-se através da autoformação uma formação humana na qual ele próprio é sujeito e objeto da mesma.


PINEAU, Gaston. A autoformação no decurso da vida. Disponível em: http://forumeja.org.br/files/autopineau.pdf .acesso em:  26/12/12